domingo, 13 de novembro de 2022

E novidades?

Sei que quando passo muito tempo sem escrever, e venho dar novidades, por norma venho anunciar uma gravidez (vá, só aconteceu uma vez), mas desta vez não. Não está a acontecer. Continuamos com o mesmo número de descendentes. Duas.

Venho contar os últimos episódios do que tem sucedido (vá, venho contar só um, contudo, grande)…

Eis que… a meados de Setembro, aquela raça malévola, que eu pensei já ter ultrapassado na infância, volta para me atormentar… falo eu de PEDICULOSE. PIOLHOS. PI-Ô-LHOS.  Já nem me lembrava como se escrevia isto!!!
Isto porque a Lia, sete anos, nunca padeceu de tal patologia e eu pensei que seríamos imunes.

Vera Luce, três anos, certo sábado solarengo de manhã começa a coçar-se como se não houvesse amanhã, mas na verdade havia um amanhã, e eu, qual mãe desnaturada, até ignorei, desvalorizei, fingi nem ver porque pensei tratar-se de uma alergia que ela costuma ter atrás do pescoço, por norma aparece quando está calor (que era o caso).

Mas Vera Luce não parava, estava capaz de arrancar o seu próprio coro cabeludo, com as duas mãos uma de cada lado na zona parietal do crâneo. 
Já ao final do dia, quase a ir para a cama, decido, por descarga de consciência ir ver com um pente, só mesmo para descartar, porque na minha ideia, ela não tinha nada. Era impossível. 
E eis que… agarrados ao pente vinham dois piolhos adultos, com cerca de 3mm cada, e deviam pesar cerca de 0,002mg. Nesse momento temi pela vida. Seguiram-se momentos de consternação. Saí de casa e nunca mais voltei. Saí de casa e meti-me a caminho do Jumbo (sim, vai ser sempre Jumbo) e gastei uma pipa de massa em tratamentos, sprays e champôs de prevenção. Não vou dizer a marca porque ninguém me paga para isso, e convenhamos, ninguém quer saber. Mas posso dizer que comprei a mais cara que lá havia. Cara e forte.
Cheguei a casa e toda a gente fez o tratamento. Mais ninguém tinha piolhos, mas foi tudo corrido a champô para piolhos. 
Depois foi mudar camas, almofadas, almofadas do sofá, capas, aspirar tudo quanto era têxteis e pavimento!!! Máquinas e máquinas de roupa a funcionar naquela noite. Mas eles tinham de falecer. 

Claro que estes tratamentos de um raio, são muito bons muito bons, mas as lêndeas ficam lá todas, prova disso, era ver, nos dias seguintes, recém-nascidos, acabados de nascer, a dar às patas, cada vez que enfiava o pente naquela cabeça.

Muito choro houve na sequência daquele pente maquiavélico a passar por entre os nós típicos de cabelos de três anos, embora fosse penteado à priori, porém a medo, não fosse algum saltar-me para a roupa, subir até ao meu cabelo e fazer disto uma maternidade. Temi pela vida, como já referi antes.

Entretanto, após uns dias, e não havendo piolhos vivos, sobravam os cadáveres, ou não, das lêndeas... e era todos os dias, de manhã e à noite vistoria. E perceber com unhas de gel, se as ditas estavam vivas ou mortas??? Quando dava conta já me tinham escorregado das unhas, depois eu tinha uma cor azul com purpurinas e por vezes confundia as purpurinas com lêndeas, acabando por as perder de vista. Foi um verdadeiro filme de terror/thriller. 

Não contente com a situação e como ainda não tinha gasto dinheiro suficiente, vai de comprar um pente especial para lêndeas. Um pente com nervuras, que supostamente trás as lêndeas nessas nervuras, que isto de tirar lêndeas à mão já não estava a dar com nada.

Com isto, a Lia teve apenas um piolho, que coitado, nem foi capaz de se reproduzir. (Acho que os piolhos não a apreciam, e eu nem lhe vou dizer nada, que ela pode ficar triste com a rejeição).

Já passaram quase dois meses e a rotina de ver cabeças mantém-se. Agora apenas dia sim-dia não. 
Mas… quando recebo algum e-mail da escola, passa a ser diariamente. Penso que vai ser isto até terem 18 anos. Ou isso, ou rapar.

A ideia é detectar a tempo para que sejam logo exterminados em fase precoce para não se reproduzirem como se não houvesse amanhã. 
Porque na realidade há um amanhã. E de preferência sem piolhos. 


 

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