Um drama não muito dramático.
Quando engravidei, comecei logo a sonhar com todos os
pormenores que se aproximavam. Um deles foi, efectivamente a escolha da
Madrinha. Eu no fundo, sabia bem quem escolher. Nunca tive dúvidas. Mas havia
algo que me atormentava. Há uns anos, quando era uma adolescente irritante, tinha
trocado promessas com a S. e havíamos prometido uma à outra, ser a madrinha do
primeiro filho de cada uma. Mas os anos foram passando, nunca claro, deixando
de ser amigas, mas houve um afastamento, e infelizmente, por vezes, os
afastamentos mudam tudo. Até mesmo promessas antigas. E existia também a C. que
era minha amiga há quase 20 anos, tal como a S. Então o que faria eu? Agia
pelas promessas? Ou por afinidades. Ponderei várias vezes escolher as duas. Mas
achei que não seria justo. Optei por escolher a C. porque, de facto era ela que
sempre me acompanhara nos últimos anos, era com ela que eu saía frequentemente
e era ela a pessoa indicada. Quando a S. soube da gravidez, perguntou
imediatamente quem iria ser a Madrinha. As minhas perninhas finas, tremeram de
imediato, ao dizer o nome C., ela aparentemente compreendeu, mas sei que ficou
uma ligeira mágoa, perfeitamente compreensível. Sei que a S. não ia ser pior
Madrinha do que a C., mas as circunstâncias levaram-me a escolher a C. Isto
para dizer que nunca se sabe o dia de amanha e a S. ainda poderá vir a ser a
Madrinha de rebentos futuros. Mas não vou prometer. Nunca se deve prometer. Não
sobre Madrinhas e Afilhados.
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