terça-feira, 5 de maio de 2015

A escolha da Madrinha


Um drama não muito dramático.



Quando engravidei, comecei logo a sonhar com todos os pormenores que se aproximavam. Um deles foi, efectivamente a escolha da Madrinha. Eu no fundo, sabia bem quem escolher. Nunca tive dúvidas. Mas havia algo que me atormentava. Há uns anos, quando era uma adolescente irritante, tinha trocado promessas com a S. e havíamos prometido uma à outra, ser a madrinha do primeiro filho de cada uma. Mas os anos foram passando, nunca claro, deixando de ser amigas, mas houve um afastamento, e infelizmente, por vezes, os afastamentos mudam tudo. Até mesmo promessas antigas. E existia também a C. que era minha amiga há quase 20 anos, tal como a S. Então o que faria eu? Agia pelas promessas? Ou por afinidades. Ponderei várias vezes escolher as duas. Mas achei que não seria justo. Optei por escolher a C. porque, de facto era ela que sempre me acompanhara nos últimos anos, era com ela que eu saía frequentemente e era ela a pessoa indicada. Quando a S. soube da gravidez, perguntou imediatamente quem iria ser a Madrinha. As minhas perninhas finas, tremeram de imediato, ao dizer o nome C., ela aparentemente compreendeu, mas sei que ficou uma ligeira mágoa, perfeitamente compreensível. Sei que a S. não ia ser pior Madrinha do que a C., mas as circunstâncias levaram-me a escolher a C. Isto para dizer que nunca se sabe o dia de amanha e a S. ainda poderá vir a ser a Madrinha de rebentos futuros. Mas não vou prometer. Nunca se deve prometer. Não sobre Madrinhas e Afilhados. 

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