Se eu pudesse voltar atrás, voltava. Ainda hoje.
Olho para mim e apercebo-me do que mudou. Como eu era e como
eu estou, no espaço de 3 anos, não mais, renasceu um novo eu em mim. Para
melhor sim, e talvez para pior também.
Quando era uma adolescente irritante, só pensava no futuro,
e no quão brilhante um futuro me esperava. Iria ter trabalho, dinheiro, alguém
que me amasse, constituiria família, teria muitooos filhos, e os sonhos eram
imensos. Só pensava em crescer, em tornar-me alguém, e sair de casa dos pais
chatos que eu tantas vezes respondia mal e achava que não me deixavam nem
queriam que eu crescesse, irritava-me pensar que me queriam só para eles.
Tantas discussões, tantas ameaças ‘’ quando tiver um trabalho vou-me embora,
estou farta de vocês’’ e as respostas eram algo do género: ‘’ deves estar lá
muito tempo’’, ou apenas uma expressões faciais de gozo como que se nunca se
viesse a concretizar. Mas isso era apenas o que a cabeça de uma adolescente
irritante pensava. Era muito para além disso. Eles só queriam o meu bem. Mas
eu, teimosa e ambiciosa que sou, queria ver por mim. E assim foi.
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