No dia 9 de Dezembro de 2014, já tinhas 40 semanas de vida
(intra-uterina), mas achavas que podias ficar no quentinho, o que se
justificava visto que era Inverno. Mas na realidade não podias, não só porque
estavas pesada e eu gorda que nem uma porca, como também porque eu tinha uma
vontade imensa de te ver, de te tocar, de te cheirar. Ficas-te mais uns dias
graças à tua teimosia e para sair tiveste de ser obrigada e com ajudas das
amigas ventosas, essas malvadas. Quando cheguei ao Hospital no dia 12 de
Dezembro de 2014, com a tua mala, que eu fizera quando tu tinhas apenas 5 meses
de vida intra-uterina, a minha, e uns bollycaos. Mal eu sabia que não os ia
poder comer, a Obstetra fez-me o toque e como sempre ainda estava tudo muito
atrasado e o parto ia-se dar sozinho. Claro. ‘’Adeus, vá para casa e volte
terça-feira, mas não deve aguentar até lá’’. Então mas… Terça-feira já faz 41
semanas, porque raio é que haveria de esperar mais? Eu queria ter-te nos
braços. Já havia passado muito tempo. Até que um anjo apareceu e disse: ‘’ Não,
esta senhora fica internada e vamos provocar o parto’’. A mim só me apeteceu
saltar-lhe para o colo e dar-lhe beijos. Fiquei internada, cheia de medo de
morrer no parto, porque achava que sim, que algo errado podia acontecer. Acho
que todas as mulheres têm este receio. O descontrolo das hormonas também ajuda
a dramatizar. Instalei-me no Bloco de Partos, onde havia uma cama, uma casa de
banho e uma espécie de cama de bebé vs
muda-fraldas vs incubadora. Era
apenas o suporte onde tu virias a ser vestida e arranjadinha antes de vires
para o colinho da mamã.
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