Quando me instalei no quarto que era também o Bloco de
Partos, pensei e desejei que dentro de horas estaríamos agarradinhas uma à
outra. Mas não. Após tentativas de provocação de parto, com o auxílio de
comprimidos dentro da bochecha, toques e afins, tu teimavas em não dar o ar da
tua graça. Claro, coitadinha, estavas mal posicionada e as pessoas más queriam
que fizesses tudo sozinha. Sim, porque apesar de se verificar que não estavas
no sítio certo, decidiram continuar o arraial e esperar… pelo impossível,
porque nunca ias sair sozinha. O que mais me custou no meio disto tudo acho que
foi mesmo o facto de só poder comer gelatinas. No sábado, dia 13 de Dezembro,
os médicos acharam que se calhar já chegava de me fazer sofrer, a mim, e a ti,
e decidiram provocar o parto desta vez com medicação endovenosa. E assim foi. Aí
sim, vieram as dores, cada vez mais fortes. Finalmente eu estava a sentir
contracções. Que emoção. As contracções. Embora tivesse passado a gravidez toda
a negar a Epidural, porque tinha medo de ficar paraplégica (Hipocondria aguda),
tive de a solicitar, pois, já não suportava mais. Finalmente nasceste, às 02h07
de Domingo, dia 14. Chovia imenso, fazia uma ventania que se conseguia ouvir
pela janelinha que havia no tecto do quarto. Eu estava tão abananada que nem
dei conta de tu saíres. Eu já só queria despachar tudo de uma vez. Estava
cansada. Muito. Precisava de descansar e passei dias sem o conseguir poder
fazer.
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