Agora sim, a maternidade. Quando percebi que não tinha
morrido no parto fiquei radiante, era mãe de uma menina linda, e afinal não
tinha morrido. Hoje posso afirmar que quem diz que ama o seu rebento desde que
soube da sua existência, desde que o sentiu, desde que o viu pela primeira vez
no computador do Consultório Médico, mente. Falo por mim, e não sou menos, nem
amo menos a minha filha de que as outras mães amam os seus filhos, mas
efectivamente, o amor por um filho cresce a cada dia que passa e só se
manifesta quando este nasce. Quando penso na minha vida há um ano atrás penso
na felicidade que tinha, nas expectativas que tinha e acreditava amar uma pessoa
que ainda não conhecia, estava apenas a crescer dentro de mim. A partir do dia
em que nasceste, deixei de sentir a felicidade que sentira quando te tinha na
barriga, as expectativas que tinha, não estavam em conformidade com a
realidade. Comecei sim, a sentir preocupação, medos (novamente), angustia e
isso sim, era o inicio de um grande amor, um amor eterno cuja tendência era
aumentar. E aumentou, e aumenta a cada dia que passa. Nada é como imaginei na
gravidez. É tudo diferente. Mas é bom. É muito bom e tem um gostinho especial
precisamente por ser quase o oposto daquilo que eu imaginava. O meu amor por ti
cresce a cada dia que passa e hoje posso dizer, que no dia 07 de Abril de 2014,
eu não te amava, nem um bocadinho. Eras apenas um pedaço de mim que estava a
crescer dentro do meu útero. E sabia-me bem saber que alguém estava dentro de
mim a crescer para hoje ser o amor da minha vida.
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