quarta-feira, 6 de maio de 2015

A Amamentação


Cerca de três horas após nasceres, a enf. Perguntou-me se queria amamentar. Respondi imediatamente que sim. Quando começas-te a mamar, devias estar esfomeada coitadinha, correu bem. Mas nem sempre foi assim. Voltas-te a mamar algumas horas depois, e depressa largavas a tua fonte de alimento, o que era normal visto que ainda estavas a aprender a fazê-lo e eu também claro está. Mas a verdade é que tu mamavas muito pouco mesmo. Até que no dia seguinte, ainda no hospital, tiveste uma quebra de açúcar, e eu fiquei traumatizada para o resto da vida. Que horror. Era culpa minha. Era eu que não insistia o suficiente para que comesses. Fomos para casa. A saga continuava. Ficavas 10 minutos e largavas ou adormecias ou começavas a berrar. Era horrível. Não aguentavas as 3 horas, só te calavas quando te punha a mama na boca. Comecei a tirar o leite com a bomba e a dar-te com o biberão e tu devoravas o leite em 2 minutos. Mas o leite era pouco. Tu ficavas sempre a sugar no vazio e não ficavas satisfeita. Até que fui obrigada a dar-te o leite de lata e tu acabas-te por perder o interesse pela mama. E eu fiquei contente porque já não tinha de ter essa preocupação e tu ficavas satisfeitíssima. Se me arrependo? Muito. Se calhar podia ter continuado a insistir, tinha produzido mais leite e por consequência hoje estava elegante. Mas não aconteceu. Posso dizer que odeie amamentar (Deus me perdoe), mas arrependo-me de não ter tentado mais tempo por mim, mas acima de tudo por ti.


P.S: A tua avó diz que quando cresceres vai contar-te que fui eu que não te quis amamentar. Não acredites. Calunias. 

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