Pode dizer-se que a Lia só tem um avô e uma avó, não porque
os outros tivessem morrido, mas por outros motivos, e como tal não tenho
experiência para poder analisar a relação com a L.. Podemos chamá-los ‘’pais do
pai’’. Então concentremo-nos nos Avós.
Cinco meses depois de nasceres, posso afirmar que o que se
costuma dizer dos avós estragarem os netos é bem verdade. Só tens cinco meses,
é verdade, mas já tens uma grande inteligência no que às manhas diz respeito. Os
pais educam, os avós deseducam, no bom sentido claro.
Nesta semana e meia de estadia em casa dos avós deste-me
mais trabalho do que quando nasceste. Recomecei a trabalhar no dia 13 de Maio e
tu ficavas com os avós ou com a Madrinha, nos dias em que era necessário.
Chegava a casa extremamente cansada e estavas lá tu de braços abertos para me
dares ainda mais trabalho. Confesso que me aproveitei um pouco desta estadia
porque não estava sozinha e tinha alguém para tomar conta de ti mesmo que eu
estivesse em casa. No entanto, fazias deles o que querias, ou melhor, eles
faziam tudo o que tu querias. Não podias soltar um ligeiro grito, iam logo
pegar-te ao colo. Estavas na cama e perdias a chucha ainda que a dormir,
manifestavas o teu desagrado perante a situação e pumbas, iam logo buscar-te
coitadinha da menina. Resultado, era eu que dormia no mesmo quarto que tu e
enfim, toda a situação se reflectia nas noites. Se em casa dormias 12 horas por
noite, na casa dos avós dormias 3 horas, acordavas, dormias mais 4, e claro, era eu que
lá estava. Cheguei muitas vezes a deixar-te com o pai e ir dormir para a sala,
a sentir-me horrivelmente mal e irresponsável por deixar o meu bebé, mas eu
precisava mesmo de descansar . E a situação repetia-se noite após noite. Poderá
ter sido também por teres mudado da alcofa para o berço ou por mil e uma razões, ou até mesmo sem razão nenhuma, só porque sim. Mas a verdade é que se
me deste noites tão boas nestes 5 meses porque é que logo agora que comecei a
trabalhar estás a fazer isto? E o grave é que de madrugada, quando te
manifestavas, eu pegava-te ao colo e tu rias-te na minha cara, como se tivesse
uma enorme piada.
Por isso minha menina, hoje vamos para casa e eu espero mesmo que tu voltes à normalidade, para
bem da minha sanidade mental. Porque amanhã é o grande dia, vais para o
Berçário, ainda que por pouco tempo, visto ser o primeiro dia. E se vai custar…
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