quinta-feira, 7 de maio de 2015

Serviço público vs Serviço privado I



Antes de engravidar as minhas consultas de ginecologia, eram realizadas numa clínica privada, já à alguns anos. Adorava o ambiente, os cuidados, o atendimento, tudo! Assim que soube que estava grávida, com apenas 5 semanas de gestação, liguei logo para lá. Tive consulta logo no dia seguinte, onde foi realizada a primeira ecografia. Foi me facultado também um papel onde constava todo o percurso da gravidez, desde as consultas mensais até ao Parto, que era realizado pelo meu médico que é também obstetra. Voltei lá duas semanas mais tarde para confirmar e viabilizar a gravidez. Fiz nova ecografia e o médico prescreveu as respectivas análises. Muitas. A dada altura e devido a poder usufruir de isenção no serviço publico, comecei a ser seguida no médico de família. Até que certo dia, já com 9 semanas de gravidez, quase nada, me apareceram umas manchas no corpo todo e muita comichão. Como hipocondríaca que sou, achando que era uma reacção alérgica gravíssima a algo não identificado, dirigi-me a um hospital público onde fui direccionada para a urgência de obstetrícia. Foi feita a triagem e colocada a pulseirinha azul. Não urgente. E cada vez me aparecia mais manchas. Fui vista pela médica que me encaminhou para a Dermatologia. Como não existe urgência de dermatologia, fui directamente para as consultas da mesma. Cheguei lá e estavam cerca de vinte pessoas sentadas e ansiosas pela sua vez. Eu sentei-me também a aguardar. Sempre com a minha pulseirinha nova claro. Bem, o médico chamava toda a gente e eu continuava ali muito fofinha à espera que alguém se lembrasse que eu estava ‘’na urgência’’ de ‘’OBSTETRÍCIA’’, mas não. Ninguém reparou. Até que me levantei a quando a chamada de um senhor muito fofinho também e perguntei ao médico se tinha de esperar que a sala vazasse para ser atendida. Ao que ele me respondeu que sim, tinha de esperar. E eu ripostei que estava grávida, na urgência e cheia de manchas no corpo. E ele fechou-me imediatamente a porta na cara. E eu, muito fofinha, fui pedir o livro de reclamações (o que não deu em nada, porque me responderam a dizer que se tinha pulseira azul é porque não era urgente). O serviço público no seu melhor.

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